quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vida de modelo

Backstage do desfile Adriana Degreas (SPFW)
Foto: Vivulgação 


Estou ativando o blog e gostaria de começar comentando um pouco sobre a inconstante vida de modelo.
Tenho acompanhado de uns tempos pra cá alguns desfiles nacionais, ensaios e editorais. Consegui perceber bastante como anda o relacionamento entre o clientes e as modelos. A época de São Paulo Fashion Week e Fashion Rio é realmente desgastante, algumas meninas são aprovadas em vários castings e são escaladas para desfilar em quase todos os desfiles. A modelo paranaense Alícia Kuczman desfilou para 24 grifes do line-up da última semana de moda paulista. É uma correria de um backstage para o outro, quando acaba um desfile, elas saem correndo para outro backstage, são mais ou menos 7 desfiles por dia, o primeiro começa aproximadamente às 9 horas da manhã e geralmente acaba à meia noite. As garotas têm pouco tempo para descanso e ganham bons calos nos pés. Ser recordista de uma semana de desfiles não é fácil, realmente. Algumas garotas chegam a ficar com os olhos inchados ao final do dia por causa da troca-troca de maquiagem que é feita de um desfile para o outro. O padrão de medidas exigido nos castings para os desfiles está cada vez mais rígido, algumas garotas são recusadas porque estão com pouquinhos quilos a mais, e são bem poucos mesmo. A garota que é recusada em todos os castings começa a fazer aquela super dieta para ser aceita na próxima temporada e isso tudo implica em doenças psicológicas e físicas. Nos últimos anos a mídia já fez questão de divulgar assuntos relacionados a esses tipos de doenças, como a anorexia e bulimia. É lamentável. 
Existem agências com nutricionistas para acompanhar a alimentação das modelos e isso é muito necessário. Esse acompanhamento é importante para que elas tenham uma noção do que comer ou não e ter um equilíbrio. Sem acompanhamento, as meninas deixam de comer o que precisam e acabam ficando doentes.
Alguns clientes consideram as modelos como um produto, mas na verdade elas não são. Elas estão ali para vender o produto, apenas. Algumas demoram para receber o cachê dos trabalhos que realizam e recebem até meses depois.
Vida de modelo não é pra sempre. As agências apostam nas meninas em que realmente acham que podem bombar e ter sucesso, mas às vezes esse sucesso não vem. Se a garota está muito insatisfeita com a agência, ela tem o direito de mudar. Isso tem acontecido muito entre as agências. As modelos brasileiras que trabalham ou já trabalharam fora do país conseguem ter mais reconhecimento quando voltam pra cá, e bombam. É momentâneo, como eu já disse, vida de modelo não é pra sempre.  Já vi casos de meninas que tinham de tudo para bombar, mas escolheram parar. Largaram toda a carreira para voltar a estudar, fazer um curso superior e ficar mais perto da família, afinal, ficar longe da família não é nenhum pouco fácil.


Alícia Kuczman: a modelo recordista de desfiles da última edição do SPFW
Foto: R7

2 comentários:

  1. Flore, obrigada pelo seu comentário no meu blog! Adorei o seu, já estou seguindo :)

    Beijocas, Letícia
    http://caseieagoraa.blogspot.com

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  2. Olá Letícia, muito obrigado!

    Boa quinta-feira!

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